O que trataremos ao longo da presente obra não será apenas uma pesquisa sobre os relatos de viagens, relações de naufrágios ou gravuras alegóricas do período em tela. Absolutamente, isso não é o objeto de nossa pesquisa, mas sim instrumentos dela. O nosso objeto é sempre as percepções construídas pelo europeu sobre a África, com suas construções simbólicas e imaginárias, intermediadas pelas imagens e discursos que incentivavam sua produção. Portanto, dentro de todo esse processo, o que mais nos importa é entender: que imagem era essa que os europeus tinham sobre a África, representada nos textos e nas gravuras? Como ele se percebia ora produzindo, ora se apropriando dessas representações? Em outras palavras, mais importante que estudar a África em si, ou a Expansão Ultramarina, o que mais nos interessa é discutir como ela era representada através dessas imagens.