Grande parte das teorias da comunicação está fora de moda. A semiótica, especialmente a peirceana, aparece como uma das opções mais atuais na área. Entretanto, ela não dá conta das exigências do momento porque está presa a um referencial lógico-matemático que a leva ao logocentrismo e à metafísica, apresenta trilogias vacilantes, sugere um diagrama dificilmente aplicável a conceitos filosóficos abstratos e apoia-se epistemologicamente na religião. Charles Sanders Peirce é um lógico, incorpora de Hegel o esquema da parada do movimento, de sua cristalização na tendência paradoxal de sua regressão infinita terminar na Ideia e na metafísica religiosa (como o Espírito Absoluto hegeliano). Por essas e outras, não é, efetivamente, um teórico da comunicação. Apoiando-se na ideia de que todo real é racional, busca enquadrar em suas trilogias todas as interpretações sob uma lei do signo e um imperativo do código. Seu rigor lógico-positivista não prevê espaço para objetos da percepção nem para o extralinguístico. Por fim, há a suspeita de que a semiótica estaria sendo aplicada hoje, na área da Comunicação, para compromissos escusos e suspeitos com as novas formas de poder.